Dirigentes da CTB Minas, de
sindicatos filiados e trabalhadores mineiros estão em Brasília nesta
quarta-feira (18) acompanhando o debate, na Comissão Geral da Câmara dos
Deputados, sobre o Projeto de Lei 4.330/2004, que regulamenta o trabalho
terceirizado no Brasil, que vem sendo discutido há nove anos pelos deputados. A
caravana com os militantes de Minas, organizada pela CTB, chegou pela manhã na
Capital Federal.
“Atendendo à convocação da
direção nacional da CTB, viemos acompanhar as discussões e reforçar a luta
contra este projeto que amplia a terceirização e, se for aprovado como está,
precarizará ainda mais as condições de trabalho no País”, disse o presidente da
CTB Minas, Marcelino da Rocha (foto - dir.).
Durante o debate, representantes
das principais centrais sindicais brasileiras criticaram a proposta. “A
principal característica das empresas terceirizadas é pagar aos terceirizados
60% do salário dos outros funcionários e menos benefícios”, disse o
secretário-geral da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB),
Wagner Gomes.
O presidente da Central
Única dos Trabalhadores (CUT), Vagner Freitas, pediu a retirada de pauta do
projeto, para que as negociações prossigam.
As centrais sindicais
criticaram especialmente o fato de o substitutivo de Arthur Maia permitir a
contratação de serviços terceirizados nas chamadas atividades-fim das empresas
- embora o relator não use esse termo. O presidente da União Geral dos
Trabalhadores, Ricardo Patah, pediu a exclusão desse dispositivo e defendeu que
só haja terceirização nas atividades-meio, conforme o entendimento atual do
Tribunal Superior do Trabalho (TST).
Equilíbrio
Para o secretário de Relações
do Trabalho do Ministério do Trabalho e Emprego, Manoel Messias Nascimento
Melo, resolver o problema da falta de regulamentação não pode significar tirar
todos os limites para a terceirização. “O centro da questão é: nós vamos fazer
uma mudança radical nas relações que temos hoje na CLT e na Constituição,
permitindo a terceirização da atividade-fim?”, questionou.
Ele recomendou cautela aos
parlamentares na análise do projeto. “O Brasil deve perseguir relações de
equilíbrio entre empregadores e trabalhadores, permitindo ao mesmo tempo a
criação de empresas competitivas e de empregos de qualidade”, afirmou. “Esse
equilíbrio só é possível se houver entidades sindicais fortes, sem fragmentação
dos trabalhadores”, completou.
Fontes: CTB Minas e Portal da Câmara.
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