Cartaz e manifestações pressionaram para liberação do trabalhador
Mais um claro exemplo de criminalização
dos movimentos sociais aconteceu em Minas Gerais, dessa vez na cidade de Nova Lima, região metropolitana de Belo
Horizonte. O diretor de formação e cultura do Sindieletro e membro do Movimento
de Luta nos Bairros, Vlias e Favelas (MLB), Jobert Fernando de Paula ficou
preso arbitrariamente durante três dias. A prisão política ocorreu no último
dia 25/09, após voz de prisão do delegado sob acusação de fazer ligação
clandestina de energia em uma ocupação.
A CTB-MG avalia o caso como mais
um ato de arbitrariedade contra movimentos que defendem ações populares. A luta
pelo direito à moradia não pode ser criminalizada no Brasil. A CTB-MG se
solidariza com Jorbet e o MLB, engrossa o coro para que a apuração dos fatos e
punição dos responsáveis pela prisão ilegal de um trabalhador.
Segundo nota divulgada pelo
Sindieletro, ao deixar a prisão, Jobert fez o seguinte relato: “Fui preso sem
que fosse apresentada nenhuma prova material contra mim. Mesmo eu sendo réu
primário e nunca tendo tido uma única passagem pela polícia, o delegado me
negou fiança e disse na minha cara que queria que eu delatasse quem colocou
fogo nos carros do pátio do Detran. Ameaçou que se eu não dissesse isso, ele me
acusaria de outras coisas, mas que de lá eu não sairia. Me acusou, também, de
ter feito uma ligação clandestina na rede da Cemig (ligação que existe há
muitos anos na região e que é de conhecimento da própria Cemig) e ainda
qualificou o furto de energia para que me fosse negada a fiança. Disse ainda
que se eu dissesse quem colocou fogo ou assumisse o incêndio, que ele me
livraria ou aliviaria as acusações do gato”.
O abuso policial foi revertido no
caso do companheiro Jobert, mas em um clima de perseguição aos movimentos
sociais, fica sempre a pergunta: quem será o próximo?
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