As diretrizes para a política nacional de atenção à saúde
das mulheres foram debatidas por 1.800 delegadas e delegados de todo o país na
segunda edição da Conferência Nacional da Saúde da Mulher que terminou ontem
(20) em Brasília. A defesa do Sistema Único de Saúde (SUS) e a democracia,
ameaçada com o governo golpista, também nortearam o evento.
Para debater os pontos essenciais do atendimento à saúde da
mulher a marca da Conferência foi a diversidade, com presença forte de
indígenas, negras, população trans, quilombolas, ribeirinhas e todas minorias
sociais. Representando a União Brasileira das Mulheres (UBM) e a Central dos
Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil em Minas Gerais (CTB-MG), Terezinha
Avelar analisa positivamente o resultado da Conferência. Terezinha destaca a
aprovação de temas que estão na ordem do dia das lutas feministas como o parto
humanizado e a descriminalização do aborto. Apesar de conquistarem o eixo para
descriminalizar o aborto no país, Terezinha chama atenção para o embate conservador
orquestrado por uma minoria na Conferência.
O relatório final da conferencia ainda será divulgado e
trará os temas aprovados durante os dois dias de intensos debates. A UBM e a
CTB estavam organizadas em todos os eixos e com participação na relatoria da
Conferência.
Essa edição da Conferência acontece 31 anos depois da
realização da primeira. Foram quatro eixos discutidos durante o encontro: o
papel do Estado no desenvolvimento socioeconômico e ambiental e seus reflexos
na vida e na saúde das mulheres; o mundo do trabalho e suas consequências na
vida e na saúde das mulheres; vulnerabilidades nos ciclos de vida das mulheres
na Política Nacional de Atenção Integral a Saúde das Mulheres e políticas
públicas para mulheres e participação social.
Além dos grupos de debate e plenária final, as delegadas e
delegados participaram da manifestação com tema “Pela vida e pela saúde das
mulheres”. Outro momento marcante da Conferência foi a presença do ministro da
saúde, Ricardo Barros, que durante toda sua fala recebeu as vaias da platéia.
Uma demonstração da rejeição às políticas golpistas e de ataque ao SUS
promovidas pelo (des)governo federal.
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