Foto: Divulgação Sinpro-MG
A presidenta da Central
dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil em Minas Gerais (CTB-MG) e do
Sindicato dos Professores do Estado (Sinpro Minas), Valéria Morato, se reuniu,
na manhã desta segunda-feira (5/11), com integrantes do Ministério Público de
Minas Gerais (MPMG). O assunto tratado foram os casos de assédio aos
professores e de perseguição à liberdade de ensino, ocorridos após o resultado
da eleição presidencial.
A reunião foi feita a pedido do sindicato, em função das
diversas ameaças, virtuais ou presenciais, ao livre exercício da atividade
docente, com críticas a uma suposta “doutrinação” dos estudantes.
Durante a audiência,
Valéria Morato destacou que as denúncias recebidas pelo sindicato buscam
intimidar os professores e criar uma atmosfera de medo e de perseguição no
interior das escolas. A presidenta do Sinpro Minas também ressaltou que as
ameaças afrontam os princípios constitucionais da liberdade de ensinar e do
pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas.
“Repudiamos quaisquer
atitudes que objetivam amordaçar, constranger ou intimidar os professores e
reafirmamos o nosso compromisso com a democracia e a liberdade durante o
exercício da atividade docente”, afirmou Valéria Morato.
Também participaram da
reunião o coordenador-geral da Confederação Nacional dos Trabalhadores em
Estabelecimentos de Ensino (Contee), Gilson Reis, e a presidenta do Sindicato
Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais (Sindute-MG), Beatriz
Cerqueira.
Pelo Ministério Público,
estavam presentes a promotora Christianne Bensoussan, coordenadora estadual de
combate aos crimes cibernéticos, a promotora Daniela Yokoyama, coordenadora
estadual de defesa da educação, e o procurador de Justiça Nedens Ulisses
Vieira. Eles manifestaram preocupação com o quadro atual e anunciaram que vão
publicar, ainda hoje, uma recomendação contra o assédio aos professores,
destinada às escolas e aos órgãos gestores e fiscalizadores.
A promotora Christianne
Bensoussan também se dispôs a ministrar, no Sinpro Minas, palestra com
orientações sobre como agir diante de situações como as que têm sido
denunciadas pelos professores. Durante a reunião, foi acertada a criação de um
Observatório da Liberdade de Cátedra, um espaço virtual para receber as
denúncias de perseguição e afronta ao exercício da atividade docente. O espaço
será criado pelas entidades representativas dos professores no estado e vai
contar também com a participação de membros do Ministério Público de Minas
Gerais.
Nova reunião está agendada
para o dia 26/11, com o objetivo de continuar a discutir o atual cenário e os
possíveis encaminhamentos de ações. “Reiteramos o nosso compromisso com a
defesa da categoria. O professor é a solução deste país, não o problema. Não
vamos aceitar que transformem a sala de aula em um espaço de medo e
perseguições. Em caso de retaliação ou ameaças, o docente deve procurar o
Sinpro Minas, para que as providências possam ser encaminhadas, com o absoluto
sigilo que a situação requer”, destacou Valéria Morato.
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