1 de fev. de 2019

Manifestantes pedem CPI da mineração em frente ao prédio da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG)


No dia da posse dos 77 deputados Estaduais de Minas Gerais, nesta sexta-feira (01), dezenas de manifestantes foram até a porta da Assembleia Legislativa do Estado, em Belo Horizonte, exigir a abertura de uma CPI para investigar a mineração. São necessárias as assinaturas de 26 dos 77 parlamentares que tomaram posse.

O pedido vem após rompimento da barragem da mineradora Vale, na cidade de Brumadinho, município da região metropolitana de BH. Até o momento, já são 110 mortos e 238 desaparecidos.

A presidenta da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil em Minas Gerais (CTB-MG), Valéria Morato, defendeu a instalação da CPI e a apuração do crime cometido pela Vale.

“É preciso que a mineração tenha uma regulação apropriada, tanto no uso do solo, no meio ambiente e na questão trabalhista. Os trabalhadores precisam ter os seus direitos respeitados para não serem explorados até a morte”, disse ela. 

Pablo Dias, do Movimento dos Atingidos por Barragens, também pede a abertura de uma CPI.

“A relação das mineradoras com a Justiça precisa ser investigada profundamente. Também precisamos investigar a relação com esta casa [Assembleia Legislativa]. Depois do crime da Samarco, em Mariana, não passou nenhum projeto que poderia ampliar a fiscalização, justamente por lobby e contato cotidiano da Vale com os deputados, além do financiamento de campanha. E, do mesmo modo, é preciso investigar a relação da empresa com a União, o Departamento Nacional de Produção Mineral, a Secretaria de Meio Ambiente, que tem aprovado licenças para as mineradoras a toque de caixa”, disse ele.

Entre os manifestantes, um grupo de artistas cobriu-se de lama para simbolizar as vítimas de Brumadinho. Em silêncio, eles caminharam da praça da Assembleia até a entrada do prédio.

13º salário

Os servidores do Estado, que estão sem receber o 13º salário do governo de Minas Gerais até hoje, também protestaram em frente ao prédio da Assembleia Legislativa. 

Segurando cartazes e gritando palavras de ordem, os trabalhadores da área da saúde, segurança e educação ameaçaram entrar em greve caso os salários não sejam pagos. 

“Essa é uma manifestação justa”, disse a presidenta da CTB-MG, Valéria Morato, ao lembrar que o atual governador, Romeu Zema (Partido Novo), está alinhado com o que existe de mais estreito na política nacional. 

Além disso, Zema  já avisou que pretende vender várias estatais mineiras, entre elas a Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) e a Companhia de Saneamento (Copasa).

Fonte: CTB-MG com informações do Brasil de Fato-MG

Fotos: Anderson Pereira








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