“Vale assassina”. Este era um dos
cartazes que os manifestantes afixaram nessa quinta-feira em frente ao prédio
Memorial Minas Gerais – Vale, na praça da Liberdade, em Belo Horizonte. O
protesto reuniu várias centrais sindicais e movimentos sociais. A presidenta da
Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil no Estado (CTB-MG), Valéria
Morato, pediu a prisão dos responsáveis por mais esse crime, que ela
classificou como “assassinato coletivo”. Até o momento, já são 110 mortos e 238
desaparecidos.
“Nós da CTB, da CUT e de todas as centrais que estão aqui,
vamos fazer de tudo para que esses criminosos sejam presos e esses
trabalhadores tenham as suas vidas recompensadas. Não podemos descansar
enquanto esses criminosos não forem presos pagando por mais esse assassinato
coletivo”, disse ela.
Segundo ela, é preciso conter a ganância da Vale que não
mede esforços para acabar com o meio ambiente e soterrar a vida dos seus
trabalhadores, explorando-os até a morte.
Valéria Morato chamou a atenção
também para os planos de privatização do atual governador de Minas Gerais,
Romeu Zema (Partido Novo). Ele já anunciou que pretende privatizar várias
estatais, entre elas a Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) e a
Companhia de Saneamento (Copasa).
“Nós precisamos cobrar dos deputados Estaduais eleitos que
iniciam os seus mandatos agora em fevereiro. É o momento de lutar contra um
governo que quer privatizar e entregar o Estado de Minas Gerais ao capital
especulativo. O governo Zema já disse que a ordem do dia é privatizar a Cemig.
Nós estamos vendo o que significou a privatização da Vale. São inúmeros
acidentes, crimes e mortes. Não podemos nos calar”, disse ela.
A presidenta da CTB-MG também se solidarizou com as famílias
das vítimas de Brumadinho. Segundo ela, agora é uma etapa muito difícil para as
pessoas que perderam os seus parentes. Os desaparecidos precisarão ter um
atestado de óbito e muitas pessoas ainda não foram encontradas. Para Valéria, a
causa dessas mortes foi soterramento e isso precisa constar no documento.
Fotos: Anderson Pereira
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