7 de mai. de 2013

Em nome da unidade, centrais afinam pauta para reunião com o governo federal


Representantes da CTB, UGT, FS, CGTB, NCST e CUT se reuniram na tarde desta segunda-feira (6), em São Paulo, para definir sua pauta de reivindicações das centrais junto ao governo federal, por conta do encontro agendado para a próxima terça-feira (14) com o ministro-chefe da Casa Civil, Gilberto Carvalho.
Em nome da unidade do movimento sindical brasileiro, os líderes de cada central definiram que nenhuma das bandeiras de luta apresentadas à presidenta Dilma Rousseff, no último dia 6 de março, após a 7ª Marcha a Brasília, será suprimida.
Ao longo da última semana, parte da imprensa veiculou que o governo federal iria apresentar sua própria pauta para ser discutida com as centrais. Na reunião desta segunda-feira, realizada na sede nacional da UGT, os sindicalistas lembraram que as reivindicações das centrais já foram expostas a Dilma e que agora o momento é de ouvir o que o Executivo tem a oferecer para então se iniciar uma mesa de negociação.
Durante a conversa desta segunda-feira, coube ao presidente da CTB, Wagner Gomes, fazer a defesa da unidade das centrais. Ele recordou dos avanços conquistados ao longo do governo Lula e da realização da segunda Conferência Nacional da Classe Trabalhadora (Conclat), momentos em que a união prevaleceu.
“Não podemos deixar de lado a parte que nos une, pois é isso que garante a unidade das centrais. Se levarmos outros pontos de pauta, poderemos perder o foco naquilo que temos consenso. A unidade das centrais está acima de qualquer diferença que possamos ter”, salientou.
Dessa forma, os sindicalistas definiram que, independentemente daquilo que o governo se mostrar disposto a dialogar, as centrais não deixarão de lado suas bandeiras, entre elas a defesa da redução da jornada de trabalho e o fim do fator previdenciário – itens que, segundo a imprensa, não fariam parte da reunião da próxima semana.
Cobranças
Para o secretário-geral da CTB, Pascoal Carneiro, uma vez definida essa postura, as centrais sindicais terão que ser duras com o governo, pois várias de suas reivindicações já foram expostas inúmeras vezes. Ele citou como exemplo a questão da regulamentação da Convenção 151 da OIT (sobre negociação coletiva e direito de greve dos servidores): “Não temos mais o que discutir com o governo esse tema. Já o expomos em todos os fóruns possíveis e agora cabe ao governo uma posição”, afirmou.
Para o secretário de Política Sindical e Relações Institucionais da CTB, Joílson Cardoso, é importante que as centrais deixem claro para o governo federal que já existe um grande acúmulo de estudos e discussões a respeito de cada um dos pontos de reivindicação.
“Posso citar a questão da ratificação da Convenção 158 da OIT [sobre a rotatividade] ou o debate sobre terceirização. As centrais têm propostas para ambos e o momento é de agir e cobrar o governo por uma posição definitiva. Esse acúmulo que temos não pode ser desprezado”, sustentou o dirigente.
Pauta
Além das oito reivindicações entregues ao governo federal em 6 de março, as centrais compreenderam que, para a reunião da próxima semana, também deverá ser colocada em discussão a regulamentação da chamada PEC das Domésticas. Dessa forma, a pauta será composta dos seguintes itens:
- Fim do fator previdenciário;
- Redução da jornada de trabalho para 40 horas semanais, sem redução de salários;
- 10% do PIB para a Educação;
- 10% do PIB para a Saúde;
- Reforma agrária;
- Valorização das aposentadorias;
- Ratificação das convenções 151 e 158 da OIT;
- Mudanças na política macroeconômica;
- Regulamentação da PEC das Domésticas.
Fonte: Portal CTB.

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